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Escola de Contas: Seminário Web destaca importância da preservação do patrimônio histórico e cultural

​Nesta segunda-feira, 21, o Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE), através da sua Escola de Contas (Ecojan), promoveu o Seminário Web “Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural”, no qual reuniu virtualmente mais de 100 participantes. O presidente do TCE, conselheiro Luiz Augusto Ribeiro, e a vice-presidente, conselheira Susana Azevedo, estiveram em meio ao público que prestigiou a iniciativa online.

A ação teve como primeiro expositor o conselheiro Ulices Andrade, que enfatizou a competência dos entes políticos na proteção de documentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, conforme determina a Constituição Federal. 

“O que a sociedade brasileira espera é que os gestores públicos, em todos os níveis, estejam atentos aos fatos e sempre que necessário adotem medidas administrativas e políticas que venham a preservar e valorizar os bens materiais e imateriais que constituem a forma e a essência do nosso imenso e incomparável acervo cultural”, afirmou Ulices. 

Há 15 anos como curadora dos palácios do governo de São Paulo, a sergipana Ana Cristina de Carvalho falou na sequência e citou os entraves na conservação do patrimônio público. "É possível preservar só com manutenção? Não! É necessário outras questões além de uso e valorização, mas que não são só órgãos públicos que devemos cuidar, mas toda sociedade. O patrimônio não é apenas do estado, é de todos nós, nós temos que lutar por ele”, pontuou. 

“A primeira dificuldade que tive quando comecei a dirigir o patrimônio público paulista foi que os próprios políticos não valorizavam, não sabiam nem do que se tratava.  Isso porque eles não conheciam; as pessoas precisam conhecer e se sensibilizar com projetos a fundo, assim, temos apoio do poder público, da sociedade, de todo mundo. As pessoas querem conhecer histórias e nos resta trazer a educação patrimonial para a prática”, acrescentou a pesquisadora.

Dando prosseguimento aos trabalhos, o prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana, pôde discorrer sobre o papel do município na conservação do conjunto histórico da quarta cidade mais antiga do país. "Estabelecemos desde o primeiro mandato políticas de preservação do nosso patrimônio; percebemos que a nossa cidade, que é cheia de particularidades, inclusive, duas cidades dentro do mesmo território, parte antiga e parte que cresceu e surgiu por causa da Universidade Federal de Sergipe”. 

Professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Carlos Augusto Mattel Faggin relatou sobre suas passagens por Sergipe, quando conheceu a produção da renda irlandesa, em Divina Pastora, que é Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado de Sergipe; a Colina do Santo Antônio; a Ponte do Imperador; o Palácio Fausto Cardoso; os monumentos históricos da cidade de São Cristóvão; e a culinária sergipana. 

“Para mim a única forma real de conservação do patrimônio é o uso”, afirmou o também arquiteto. Presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) por diversas vezes, Carlos Augusto ressaltou que só a educação permite que a população tenha a sensibilidade de despertar para a importância da conservação do patrimônio histórico e cultural. Também durante sua participação, o professor destacou a arte popular sergipana: “A arte popular sergipana é resultado do design desenvolvido pelo povo, e ela carece de valorização, assim como a literatura local”. 

Outro participante da ação virtual foi o arquiteto e professor da PUC/RJ, Ernani Freire Filho. Durante sua fala, o egresso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) enalteceu a relevância do município de São Cristóvão na história nacional. Com vasta atuação na área de conservação, revitalização e reutilização de edifícios e conjuntos de valor histórico e arquitetônico, onde acumula trabalhos premiados, esclareceu que patrimônio é tudo que tem significado para um povo. “O patrimônio serve como referência de pertencimento, identidade, e isso já explica a importância de sua conservação”, evidenciou Ernani. 

Responsável pela idealização do Seminário, o diretor da Ecojan, conselheiro Carlos Pinna, que é um entusiasta da temática abordada, concluiu a ação virtual destacando o fundamental papel do ex-governador Marcelo Déda durante o processo que envolveu desde a indicação até a concessão do título de Patrimônio Cultural da Humanidade à Praça de São Francisco pela Unesco.​

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